Você sabe o que é a correlação nos investimentos? Esse conceito é muito importante para quem quer montar uma carteira diversificada e sólida. No entanto, é comum que investidores menos experientes acabem ignorando esse fator na hora de investir.
Se isso ocorrer, a principal consequência é uma exposição ao risco mais elevada. Como resultado, as variações na sua carteira podem ser grandes, especialmente em momentos de crise econômica.
Neste artigo, você entenderá o que é a correlação no âmbito dos investimentos e os seus impactos no portfólio. Continue lendo e amplie seus conhecimentos!
O que é a correlação nos investimentos?
No mercado financeiro, a correlação visa entender o comportamento entre dois ativos. Isso significa compreender se eles apresentam desempenho semelhante ou diferente, de acordo com os acontecimentos econômicos.
Assim, ao avaliar investimentos, é possível encontrar diferentes tipos de correlação. Saiba mais sobre elas a seguir:
Correlação positiva – Esse tipo de correlação indica que, quando um ativo sobe, o outro também tende a subir. Isso significa que eles têm um comportamento similar no mercado financeiro. Para entender melhor, vamos a um exemplo.
Considere um fundo de investimento em ações e um ETF (exchange traded fund) que acompanha o índice Bovespa. A tendência é que os dois caminhem de maneira semelhante, pois estamos tratando de um mesmo mercado.
Vale destacar que cada alternativa tem uma carteira diferente de ativos. Por isso, não configuram necessariamente uma correlação perfeita. Ainda assim, quem investe nessas duas modalidades específicas tende a ter uma exposição ao risco muito similar.
Correlação negativa – O efeito da correlação negativa é contrário ao da positiva. Nesse caso, a tendência de subida de um ativo se caracteriza em uma propensão de queda do outro. Para entender esse cenário, é possível pensar novamente no Ibovespa e compará-lo com a taxa Selic.
Quando a taxa básica de juros está alta, os investimentos de renda fixa costumam se tornar mais atrativos. É o caso de CDBs (certificados de depósito bancário), LCIs (letras de crédito imobiliário) e títulos públicos. Por outro lado, com a queda na Selic, essa atratividade se perde.
Logo, se temos um cenário em que as taxas de juros estão baixas, é natural que o interesse pela renda variável aumente. Em geral, os investidores passam a buscar alternativas que ofereçam a possibilidade de melhor rentabilidade para a carteira. Ou seja, o comportamento entre a taxa Selic e o Ibovespa é o oposto. Quando um tende a cair, o outro costuma se tornar mais atrativo.
Correlação neutra – Por fim, também pode acontecer de dois ativos não terem quaisquer tendências entre eles. Nesse caso, há uma correlação neutra ou descorrelação entre as alternativas de investimento, conforme você aprenderá a seguir.
O que é descorrelação?
O conceito de descorrelação também é muito utilizado no mercado financeiro. Como visto, ele significa falta de correlação. Ou seja, não há relação entre os investimentos, de forma que um evento pode ter influência em um investimento, e o outro não ser afetado.
Suponha que você tenha, na sua carteira, ações de diferentes empresas e contratos futuros de commodities. Se, por algum motivo, os papéis se desvalorizarem, não há como prever o comportamento das commodities. O motivo é que existe descorrelação entre os dois.
Cabe destacar que correlação e descorrelação não são as únicas questões que você deve considerar ao montar uma carteira de investimentos. Entre outros fatores que devemos ponderar estão os objetivos pessoais e o perfil de investidor.
Exemplos de investimentos correlacionados e descorrelacionados
Você já viu como a correlação e a descorrelação funcionam. Mas é interessante conhecer um pouco mais sobre essa questão para tomar decisões de investimento mais acertadas.
Confira os principais exemplos sobre o assunto!
Correlação entre dólar e bolsa de valores – Você sabia que existe uma correlação entre dólar e bolsa de valores? Quando investidores estrangeiros investem no Brasil, há a tendência de que entrem mais dólares no país. Portanto, pela lei da oferta e demanda, a moeda norte-americana passa a valer menos.
Porém, esse aumento de investimentos no país costuma ser resultado de uma valorização da bolsa de valores, que atrai investidores internacionais. Ou seja, ao mesmo tempo em que a bolsa se valoriza, o dólar tende a se desvalorizar devido à alta da oferta da moeda. Isso significa que costuma haver uma correlação negativa entre eles.
Correlação entre investimentos – Como você viu, o fenômeno da correlação pode atingir diversos investimentos. Suponha agora que você tenha um fundo de ações com papéis do setor bancário. Se um evento afetar o segmento financeiro, o fundo tende a sofrer uma desvalorização.
O impacto dependerá da proporção de ações desse segmento na carteira do fundo de investimento. De qualquer forma, é possível perceber a correlação positiva entre os dois componentes. O mesmo ocorre quando um se valoriza: a cotação do outro também tende a subir.
Esse mesmo cenário pode ocorrer, por exemplo, entre produtos de renda fixa indexados à taxa Selic e CDI — que têm uma movimentação muito próxima. Assim, se você mantiver na carteira investimentos correlacionados, estará exposto a riscos semelhantes.
Por que é importante entender esse conceito?
O principal motivo para entender sobre correlação e descorrelação tem relação com a diversificação adequada da sua carteira de investimentos.
Se os investimentos estão muito correlacionados, temos uma falsa diversificação. Nesse caso, o investidor acredita ter uma carteira completa e diversificada. Porém, na prática, isso não ocorre.
Suponha, por exemplo, que você escolheu o Tesouro Selic e um CDB pós-fixado indexado ao CDI para alocar os seus recursos. Se você deixar todo o seu dinheiro nesses títulos, manterá seu portfólio exposto aos mesmos riscos.
Além disso, nessa situação, perderia a oportunidade de buscar por rendimentos melhores em outros investimentos. Então, considerando os conceitos de correlação e descorrelação — com base no seu perfil e objetivos, se torna possível montar uma carteira diversificada, equilibrando os riscos e aumentando a possibilidade de melhor rentabilidade.
Assim, é importante saber usar esse conhecimento para tomar as melhores decisões para a sua carteira. Isso não significa que você não possa manter investimentos correlacionados no portfólio. Contudo, é necessário fazer um manejo eficiente de risco para manter o equilíbrio.
Agora você sabe o que é correlação e como ela funciona no ambiente dos investimentos. Lembre-se de que esse conceito deve ser avaliado no momento de montar uma carteira mais sólida.
Precisa de ajuda para compor um portfólio diversificado e alinhado ao seu perfil e objetivos? Então entre em contato com a Manchester Investimentos e tire suas dúvidas!