A XP Investimentos revisou seu valor justo para o Ibovespa e agora projeta que o índice pode alcançar 185 mil pontos até o fim de 2026. A nova estimativa representa um potencial de valorização de 16,3% em relação ao fechamento de novembro e supera a projeção anterior, de 170 mil pontos.
Segundo a equipe de Estratégia da XP, liderada por Fernando Ferreira, a revisão reflete a queda das taxas de juros reais de longo prazo e um ambiente mais favorável para a valorização das ações. A entrada de fluxos domésticos e estrangeiros reforça esse movimento, ampliando o apetite por risco e sustentando a expectativa de expansão dos múltiplos de mercado. Mesmo após meses de alta, o valuation do Ibovespa continua atrativo, negociando a 9,3 vezes o lucro projetado das empresas.
Enquanto os mercados globais apresentaram estabilidade em novembro — acompanhados por forte volatilidade nos setores de tecnologia e inteligência artificial — o Brasil manteve um ritmo consistente de valorização. O desempenho do Ibovespa chamou atenção: avanço de 7,3% em dólares no mês, resultado que superou amplamente o MSCI ACWI, praticamente estável, e o MSCI EM, que registrou queda. O mercado brasileiro também deixou para trás outros países da região, como México e Colômbia.
Para a XP, o diferencial deste ciclo está nos fatores internos. Após um período influenciado pela rotação global para mercados emergentes, o Brasil agora se beneficia principalmente da queda das taxas de juros, fator historicamente associado a fortes ciclos de valorização da Bolsa. A análise de oito ciclos de afrouxamento monetário anteriores mostra que o Ibovespa subiu, em média, 39,2%. O mesmo acontece quando os juros caem nos Estados Unidos, com retorno médio de 41% para ações brasileiras. Para 2026, a combinação de cortes de juros no Brasil e nos EUA cria um cenário especialmente favorável para o mercado acionário nacional.
Outro ponto destacado pela XP é a força do chamado “fator Valor”, representado por empresas consolidadas, negociadas a preços atraentes e com histórico robusto de dividendos. Esse grupo liderou a performance em 2025, impulsionado pelo ambiente de inflação mais baixa e juros em queda, considerado o mais favorável para esse tipo de estratégia em vários anos.
A decomposição dos retornos dos índices globais em 2025 também reforça o papel do Brasil. O país apresentou contribuições equilibradas entre expansão de múltiplos, crescimento dos lucros corporativos e distribuição de dividendos. A tendência é que os dividendos continuem ganhando destaque, especialmente com empresas antecipando proventos extraordinários antes da nova tributação, estimados entre R$ 42 bilhões e R$ 85 bilhões.
O cenário que se desenha é de consistência, atratividade e protagonismo brasileiro no universo de investimentos. Em um ambiente global desafiador e de mudanças rápidas, a Bolsa brasileira segue se destacando pela combinação entre fundamentos sólidos, melhora do ambiente macroeconômico e forte fluxo de capital.
Na Manchester Investimentos, seguimos acompanhando cada movimento para transformar análises profundas em estratégias inteligentes para o seu patrimônio.
Fonte: Infomoney


