A importância do fluxo de caixa financeiro para a tomada de decisões nas empresas

A importância do fluxo de caixa financeiro para a tomada de decisões nas empresas

A falta do controle financeiro e consequentemente a falha na previsão de prazos médios de recebimentos e pagamentos, são situações comuns na rotina das empresas. Com a crescente competitividade no mercado, maior é a exigência por uma gestão financeira de qualidade e o uso de ferramentas que norteiem o negócio, como é o caso do fluxo de caixa, são imprescindíveis para uma boa administração.  

O fluxo de caixa é o produto das entradas e saídas de recursos em um determinado período. Possibilita aos administradores analisar e entender a capacidade de cumprir com as suas obrigações de curto e longo prazo. Sem ele, não se sabe quando haverá recursos suficientes para sustentar as operações ou quando haverá necessidade de financiamentos bancários.   

Para a montagem do fluxo de caixa, devemos considerar as entradas (Contas a receber, captação de terceiros, aposte dos sócios) e as saídas (Contas a pagar, despesas gerais, pagamento de empréstimos).

Exemplo de Fluxo de Caixa

Além disso, é extremamente importante para ajustar uma melhor performance do fluxo de caixa, o prazo médio de pagamento, recebimento e de estoque.

Prazo Médio dos Estoques (PME) = Estoques / (CMV ano / 360):

Tempo médio em dias que a mercadoria permanece no estoque. Quanto menor, melhor. A administração dos estoques é fundamental, pois busca o equilíbrio entre aspectos operacionais e financeiros. A área de produção tem o foco na manutenção de estoques de matéria prima em nível de segurança. A área comercial é focada em manter nível de estoques de produtos acabados (ou produtos de revenda) que permitam atender todos os pedidos de clientes. O custo de capital, das instalações e os riscos de estocagem devem ser observados continuamente na administração eficaz dos estoques.

Prazo Médio de Pagamento (PMP) = Fornecedores / (CMV ano / 360):

Tempo médio em dias de pagamentos das compras. Quanto maior, melhor. Para Neto e Martins (2011), o administrador estar ciente do prazo médio de pagamento que representa prazo em dias (média) que a empresa obtém de seus fornecedores de matéria-prima/mercadorias.

Prazo Médio de Recebimento (PMR) = Clientes / (Faturamento ano / 360):

Tempo médio em dias de recebimento das vendas. Quanto menor, melhor. O administrador deve ter a informação do prazo médio de recebimento pois indica o tempo (média) entre a venda dos produtos/serviços aos clientes e o efetivo ingresso de recurso no fluxo de caixa.

Com esses indicadores podemos calcular os ciclos médios das empresas:

Ciclo Econômico = (PME): Período médio em que a mercadoria permanece em estoque, ou seja, é o prazo da compra da matéria-prima até a venda do produto final.

Ciclo de Caixa/Financeiro = (PME + PMR – PMP): Período médio entre o pagamento da mercadoria até o recebimento das vendas, ou seja, o tempo que vai entre o desembolso de caixa para aquisição de matéria prima, até o recebimento dos recursos oriundos da venda do produto acabado. Quanto maior for o ciclo financeiro, mais recursos próprios e de terceiros estarão temporariamente aplicados nas operações, provocando custos financeiros e afetando a rentabilidade.

Ciclo Operacional = (PME + PMP): Período médio desde as compras das mercadorias a ser revendidas, até o recebimento relativo à venda dos produtos (ciclo completo). Busca a determinação da rapidez com que uma empresa pode gerar caixa.

O grande desafio para o administrador do fluxo de caixa é otimizar o tempo do ciclo financeiro. Quanto maior for o ciclo financeiro, mais recursos estarão nas operações, afetando a rentabilidade da empresa.

Resumindo, embora muitas vezes negligenciado pelos empresários, o resultado do fluxo de caixa é importante para manter a empresa em condições normais de funcionamento. O bom gerenciamento das entradas e saídas de recursos financeiros é vital para garantir a execução do ciclo operacional, ainda que a margem de lucro por um determinado momento possa estar negativa. É importante ressaltar que o lucro contábil não é garantia de uma situação financeira confortável. Cabe ao gerente financeiro, com a utilização das informações de demonstrativos contábeis e dos indicadores financeiros, tomar a melhor decisão estratégica, a fim de garantir a operacionalização da empresa de forma sustentável. Portanto, considerando todo o nível de incerteza e o cenário desafiador que vive o país, cabe ao gerente financeiro gerenciar o caixa utilizando todas as técnicas disponíveis, com o objetivo de manter a empresa saldável financeiramente.

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