É comum que um investidor considere fatores como a rentabilidade, o risco e a liquidez no momento de investir. No entanto, um critério bastante importante durante a avaliação é a volatilidade do investimento — você já conhece esse conceito e seu modo de funcionamento?
Ter essa noção pode ajudá-lo a tomar decisões mais acertadas e otimizar o desempenho do seu portfólio. Portanto, vale a pena explorar melhor a forma de utilizar a volatilidade a seu favor no momento de montar ou rebalancear sua carteira de investimentos.
Neste artigo, você aprenderá o que é a volatilidade e os tipos existentes. Ainda, será possível descobrir eventuais impactos nos investimentos e outras questões relevantes sobre o tema.
Confira!
O que é volatilidade?
Em termos financeiros, a volatilidade é a variável responsável por apontar a intensidade e frequência das oscilações de preço de um investimento em um intervalo de tempo. Com ela, o interessado consegue verificar o desvio padrão médio dos preços no período analisado.
Além disso, essa leitura permite que você entenda e projete a rentabilidade do investimento, além dos possíveis riscos existentes. Uma alta volatilidade indica que as oscilações sobre aquela alternativa serão mais intensas e, consequentemente, maior será o seu nível de risco.
Como os riscos estão atrelados à rentabilidade, o seu aumento costuma resultar em um potencial de retorno maior sobre o investimento. Desse modo, ela precisa ser considerada antes de tomar a decisão de fazer um investimento.
Afinal, a depender da volatilidade do investimento, ele pode ou não se adequar ao seu perfil de investidor e objetivos no mercado. Isso porque cada investidor tem uma abertura aos riscos e metas diferentes — e nem sempre o que funciona para um atende aos anseios de outro.
Quais são os tipos de volatilidade existentes?
Após conhecer o conceito de volatilidade, é interessante conferir também os tipos de volatilidade presentes no mercado. Veja os principais!
Volatilidade histórica
A volatilidade histórica é a mais conhecida e utilizada em uma análise de investimento. Ela mede a variação de preços em determinado período. Esse lapso temporal é escolhido por quem faz a análise — podendo ser mensal, semestral, anual ou ter prazos mais curtos, como dia, horas e minutos.
Esse tipo de volatilidade é bastante útil para encontrar tendências e, assim, nortear investidores e especuladores nas suas operações. Contudo, é importante ter em mente que os valores mostrados na volatilidade histórica refletem uma visão passada e não garantem resultados futuros.
Volatilidade implícita
A volatilidade implícita é aquela pautada em estimativas sobre o preço de um ativo ou derivativo no futuro e eventuais variações dele. Normalmente, ela é mais utilizada em análises pontuais — por exemplo, após a divulgação de notícias, alterações legislativas, períodos de eleição, entre outros.
Assim, a volatilidade implícita busca mostrar os possíveis cenários diante de comportamentos que já foram adotados no passado em situações semelhantes. Para tanto, ela é calculada a partir da volatilidade histórica, preços de derivativos financeiros e outras variáveis.
Volatilidade real
Por fim, a volatilidade real é aquela que representa a variação efetiva do preço do ativo no presente. Mas, para acompanhá-la, utiliza-se o valor de um derivativo como referência. Contudo, a partir do momento em que essa oscilação se torna conhecida, ela se transforma na volatilidade histórica.
Como a volatilidade impacta seus investimentos?
No mercado financeiro, existem duas principais classes de investimento: a renda fixa e a renda variável. Confira como a volatilidade impacta cada uma delas — e, consequentemente, a carteira do investidor!
Renda fixa
Embora os títulos de renda fixa sejam conhecidos por sua estabilidade e segurança, a volatilidade pode impactá-los. Isso acontece em razão da chamada marcação a mercado, que incide principalmente sobre produtos com rentabilidade prefixada e híbrida.
Geralmente, quando o investidor deseja resgatar um investimento de renda fixa antecipadamente, o preço do título é atualizado de acordo com as circunstâncias atuais do mercado. Isso envolve diversas questões como a liquidez, variação nos juros, inflação, expectativas do mercado, etc.
Nesse sentido, o preço do produto poderá ser maior ou menor que a taxa contratada. Portanto, a marcação a mercado expõe o investidor à volatilidade e, dependendo do cenário, ele poderá ter lucros ou prejuízos antecipados — mesmo na renda fixa.
Renda variável
A renda variável é conhecida por sua imprevisibilidade, pois os resultados passam por frequentes variações —positivas ou negativas. Desse modo, o investidor não sabe se terá lucros ou prejuízos ao fazer o investimento.
Logo, a volatilidade gera grandes efeitos na renda variável. As oscilações do mercado deixam ativos e derivativos suscetíveis a altas e baixas. Isso pode impactar tanto o investidor (que visa o longo prazo) quanto o especulador (que busca ganhos no curto prazo).
Esse conceito está associado à chamada relação entre risco e retorno. Como você viu, quanto maior a volatilidade de um ativo, mais imprevisível será a mudança de seu preço. Por consequência, maior se torna o risco da alternativa.
O investidor de longo prazo costuma ser menos impactado pela volatilidade, já que ele só realizará prejuízos se desfizer seus investimentos naquele momento. Assim, em prazos maiores, o impacto da volatilidade tende a ser diluído.
Em relação ao especulador, embora a volatilidade aumente os riscos, ela é fundamental para as operações. Isso porque ela eleva as chances de lucrar com a diferença de preços entre a compra e a venda de um ativo ou derivativo.
Como aproveitar a volatilidade e fazer bons investimentos?
Nesse ponto, você já aprendeu que a volatilidade não é prejudicial em todas as situações. Na realidade, o impacto que ela causa nos investimentos pode ser benéfico ao investidor e ao especulador, porque favorece a rentabilidade devido ao aumento dos riscos.
No entanto, para aproveitá-la de modo a fazer bons investimentos, é preciso entender os momentos em que ela pode ser útil. Por exemplo, na especulação, a escolha por um ativo ou derivativo volátil aumenta suas chances de potencializar os ganhos, pois a diferença de preços tende a ser maior.
Agora, se o seu objetivo for investir, a volatilidade poderá ser reduzida com estratégias como a diversificação. Ter uma carteira com múltiplos ativos com diferentes níveis de risco ajuda a equilibrá-los, permitindo potencializar os ganhos com o portfólio.
Ademais, é preciso estar atento no momento de diversificar sua carteira. Escolher somente ativos nacionais, por exemplo, mantém a exposição ao risco sistêmico. Ou seja, se o mercado brasileiro entrar em crise, seu portfólio poderá ser impactado.
Nesses casos, pode ser interessante buscar alternativas estrangeiras ou dolarizadas — se isso fizer sentido para o seu perfil e objetivos financeiros. Uma possibilidade interessante, nesse caso, é conhecer as possibilidades de investimentos internacionais disponíveis no mercado brasileiro.
Sabendo como a volatilidade pode impactar um investimento, seja de renda fixa ou variável, não deixe de levá-la em consideração ao investir. Também vale buscar estratégias e formas de proteger seu capital contra os seus efeitos, a fim de aumentar suas chances de sucesso no mercado.
Ficou com dúvidas sobre a volatilidade ou deseja saber mais sobre as possibilidades que o mercado financeiro oferece? Contate um de nossos assessores!