Vou contar a vocês como eu enxergo o perfil de investidor e onde ele ajuda na alocação de recursos. Antes, vamos revisitar o conceito de risco.
Risco significa a variação no retorno esperado de um determinado investimento (para cima ou para baixo). Quando você faz um investimento e espera um retorno de 10% ao ano, mas esse retorno tem alguma chance de variar entre 8 e 12%, você tem algum risco. Se você fizer um investimento com retorno esperado de 15% ao ano com alguma chance de variar entre 0 e 30%, você tem um risco bem maior (e um retorno esperado também maior).
É importante que o investidor aceite a volatilidade dos retornos (inclusive quando for abaixo do esperado) e entenda que ao longo de uma vida/carreira, mesmo com as oscilações a média tende a ser mais alta do que investimentos mais conservadores e com menos volatilidade.
Um portfólio de investimentos que combina várias classes de ativos consegue aumentar o retorno esperado sem aumentar o risco na mesma proporção, ou seja, melhora a relação de risco/retorno.
Agora vamos definir o seguinte: existem dois aspectos relacionados ao risco que iremos ou deveríamos correr quando alocamos nossos recursos.
O primeiro tem a ver com a capacidade, são aspectos quantitativos. Por exemplo, se tenho uma carteira de R$1 milhão, eu deveria alocar X% em ativos mais arriscados.
O segundo tem a ver com a disposição, são aspectos qualitativos, psicológicos. Como eu me sinto e que ações eu tomo frente a uma grande queda ou as oscilações do portfólio como um todo.
O perfil de investidor através de algumas simples perguntas define a disposição do investidor perante o risco o classificando em:
CONSERVADOR: Esse tipo de investidor prioriza a segurança em suas aplicações, e deve manter a maior parte da sua carteira de investimentos em produtos de baixo risco;
MODERADO: Esse tipo de investidor gosta de segurança, mas já possui tolerância a risco um pouco maior. Ele está ciente que precisará incorrer em um pouco mais de risco para alcançar sua rentabilidade desejada;
AGRESSIVO: Esse investidor geralmente possui mais conhecimento de mercado, busca sempre boa rentabilidade e aceita exposições mais altas ao risco em busca desses ganhos maiores.
Então notem o seguinte, o perfil de investidor nos ajuda a medir nossa disposição a tomar riscos resultando em algum dos perfis acima citados. A partir desse perfil definimos o percentual adequado de alocação nas diferentes classes de ativo, ou seja, a capacidade de tomar riscos.
Então resumindo, através da nossa disposição é definido o perfil e, a partir do perfil é definida nossa capacidade.
Outro ponto importante, o perfil é uma forma de autoconhecimento e ele não é algo fixo e imutável. Inclusive quando bem orientado por um assessor ou planejador financeiro, a disposição do investidor pode e deve ser educada (honra-se a capacidade e educa-se a disposição), resultando em alterações de perfil.
O perfil de investidor não deve ser um limitador que impede a sua escolha de novos investimentos, mas sim um guia que o levará alocar seus recursos da maneira mais correta possível.
Não existe o melhor investimento, existe aquele mais adequado para seu perfil e objetivos!!!