Todo investimento envolve riscos, mas é possível gerenciar e até mitigar boa parte deles — o que pode tornar o portfólio mais alinhado com seu perfil. Uma das formas de fazer isso é pela adoção da técnica de hedge nos investimentos.
Por meio dela, você pode proteger parte do portfólio e conter possíveis perdas. E o melhor: existem diferentes tipos de proteção. Assim, você pode escolher o que fizer mais sentido para as suas características e objetivos pessoais.
Neste artigo, você conhecerá 5 estratégias que podem ser úteis para fazer hedge no mercado financeiro. Saiba mais!
O que é hedge e para que serve?
Em inglês, “hedge” pode ser traduzido como “cerca”. Aplicado ao mercado financeiro, o termo faz referência a uma técnica voltada para a proteção de investimentos.
Por meio do uso de ativos e instrumentos financeiros, é possível criar mecanismos que ajudam a proteger o portfólio de variações intensas e de perdas que podem acontecer — especialmente na renda variável, como você verá adiante.
A principal função dessa estratégia é diminuir parte dos riscos de uma carteira. Isso acontece, em especial, por causa da redução da volatilidade e do seu impacto no portfólio.
A intenção é reduzir as incertezas sobre os investimentos e seus resultados. Logo, o hedge cria mecanismos que permitem limitar as perdas, caso elas ocorram. Por isso, ele é mais utilizado no investimento na renda variável, já que a renda fixa conta com regras conhecidas de rendimento.
Na renda variável, por outro lado, mesmo não sendo possível saber como o mercado se comportará, há a chance de diminuir os efeitos da imprevisibilidade. Assim, com técnicas de hedge, sua estratégia pode se tornar mais segura.
5 Estratégias de hedge para proteger seus investimentos
Se você tem interesse em fazer operações de hedge, é preciso saber que existem tipos diferentes de estratégias — que podem servir a objetivos distintos. Por isso, o primeiro passo antes de fazer hedge financeiro consiste em identificar suas necessidades.
A seguir, conheça quais são as 5 principais técnicas que permitem que você proteja a sua carteira e veja quais delas se alinham melhor ao que você procura!
1. Hedge com commodities
As commodities são produtos de baixa industrialização, sem diferenciação de marcas e que costumam abastecer processos industriais. Elas são consideradas matérias-primas em diversos setores e, entre os exemplos mais comuns de commodities, estão: milho, soja, café, ouro e petróleo.
Uma característica desses produtos está no fato de que seu preço pode mudar significativamente, dependendo das condições de mercado. A volatilidade pode impactar muitos investidores e empresas, mas é possível se proteger nesse sentido recorrendo ao hedge de commodities.
A origem do hedge, inclusive, está ligada à busca por proteção no setor agrícola. Afinal, seu surgimento foi motivado pela necessidade de proteção para os produtores agrícolas. Assim, a partir dessa modalidade de proteção, os agricultores passaram a ter garantias quanto aos ganhos envolvendo suas safras.
Para fazer um hedge desse tipo, é possível recorrer a um contrato do mercado futuro. Esse é um ambiente da bolsa de valores onde são negociados contratos futuros — um derivativo muito utilizado para hedge.
A ideia é se posicionar nesses contratos, que são padronizados. Você pode operar a favor ou contra o preço das commodities até uma data futura. No vencimento, ocorre a liquidação financeira e você obtém ganhos ou perdas a partir da soma do chamado ajuste diário.
Para entender na prática, imagine que você deseja se proteger da alta da gasolina e, por isso, faz hedge atrelado a contratos de petróleo. Para tanto, sua posição é favorável ao preço, já que você acredita que o petróleo custará mais no vencimento do contrato.
Se o resultado se concretizar, você receberá créditos em conta, a partir de ajustes realizados diariamente, considerando a equivalência financeira do contrato. Por outro lado, você pagará mais caro pela gasolina no mercado.
Já se o preço cair, será preciso arcar com os débitos. Contudo, as perdas poderão ser compensadas pela queda no valor do combustível.
2. Hedge cambial
O hedge cambial tem como principal objetivo oferecer segurança em relação aos movimentos do câmbio. Logo, ele pode ser uma forma de se proteger da elevação de outras moedas — como o dólar —, principalmente se você possui compromissos em moeda estrangeira.
Um dos meios de fazer hedge cambial é pela negociação de contratos futuros atrelados a uma moeda estrangeira. Se você se posicionar de modo comprado, ganhará com o aumento do câmbio. Caso se posicione vendido, obterá lucros se o câmbio cair.
Outra possibilidade de hedge desse tipo consiste em investir em fundos cambiais. Dessa maneira, você se expõe às variações de uma moeda estrangeira, fazendo com que parte da carteira varie com o câmbio.
3. Hedge com ações
Se você tem uma carteira de ações e estiver com receio de sofrer perdas pela desvalorização dos papéis em um período de crise, por exemplo, há como fazer hedge. Um dos meios de fazer isso é por meio de contratos futuros atrelados a índices, como o Ibovespa. Nesse caso, você pode se proteger de eventuais quedas na bolsa de valores brasileira, a B3.
Ainda, é possível recorrer a outros instrumentos financeiros, como as opções. Elas também são derivativos e compõem outro mercado da bolsa. Na prática, elas oferecem o direito de compra (call) ou venda (put) de um ativo-objeto por um preço de exercício (strike) em uma data futura.
Logo, ao comprá-las, você pode ter o direito de negociar os papéis por um preço específico — trazendo mais estabilidade para sua carteira. Para tanto, é preciso pagar um montante conhecido como prêmio.
Pense que você tem ações de uma empresa X, negociadas a R$ 15,00 no mercado à vista. Caso queira se proteger de uma queda, pode comprar opções de venda (put) a R$ 14,00, por exemplo.
Se, no vencimento, as ações passarem a valer R$ 10,00, você pode vendê-las por R$ 14,00 ao exercer o seu direito. Nesse exemplo, o prejuízo, que seria de R$ 5,00 por ação, passa a ser de apenas R$ 1,00 por papel.
4. Hedge internacional
Ainda é possível proteger a sua carteira ao fazer hedge internacional. A ideia é investir parte dos recursos em ativos do mercado externo, expondo-se às condições de outros países. Desse modo, as instabilidades brasileiras teriam menos impacto no seu patrimônio.
Para isso, você pode se expor, indiretamente, às ações no exterior, aos fundos atrelados a índices ou recorrer a outros ativos do mercado internacional sem sair da B3. Dessa forma, você dolariza sua carteira e equilibra os riscos relacionados ao mercado brasileiro.
5. Diversificação
Além das estratégias que usam ativos e derivativos em diferentes proporções para a proteção, é interessante saber que diversificar também significa fazer hedge. Afinal, o objetivo principal da estratégia é diluir parte dos riscos, evitando a concentração de recursos.
Para colocá-la em prática, é necessário selecionar investimentos que sejam descorrelacionados para compor a carteira. Isso significa que eles não possuem movimentos relacionados em uma determinada condição de mercado. Como consequência, tendem a apresentar resultados diferentes diante do mesmo cenário.
Como você viu, o hedge nos investimentos pode ocorrer de diversos modos. Com essas 5 alternativas, agora você conhece estratégias que podem ser úteis para tornar seu patrimônio mais protegido e auxiliar nas suas estratégias de investimento de médio e longo prazo.
Ainda tem dúvidas sobre esse assunto? Entre em contato conosco da Manchester Investimentos e veja como podemos ajudar!