Para investidores que desejam aprender mais sobre o mercado financeiro na prática, os clubes de investimento podem ser um caminho interessante. Eles são alternativas coletivas e que servem como uma ponte de acesso a diversos ativos.
Ao conhecer as características específicas do clube, você saberá se ele é adequado para o seu caso e entenderá como ele pode ser vantajoso. Caso tenha interesse nessa modalidade, será possível aprender a montá-lo e aproveitar os resultados dessa estratégia.
Por isso, continue a leitura para descobrir o que são os clubes de investimentos e como você pode criar o seu. Confira!
O que são e como funcionam os clubes de investimento?
O clube de investimentos faz parte das modalidades financeiras regulamentadas no mercado brasileiro e serve para que um grupo de investidores se reúnam para realizar investimentos de modo coletivo. É o caso de unir amigos, familiares ou colegas de trabalho para que todos invistam juntos, por exemplo.
Em relação ao funcionamento, um clube de investimentos prevê a divisão de cotas entre os participantes. Quem aloca mais recursos tem uma quantidade maior e proporcional de cotas no fundo.
Os investimentos são realizados com base em uma estratégia previamente estabelecida, que define quais serão os títulos e valores mobiliários a fazer parte da carteira. Já os resultados podem ser obtidos pela valorização das cotas — a depender da valorização dos ativos do portfólio.
Esse veículo é regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e deve atender a diversas regras e características. Por isso, veja quais são outros pontos importantes para conhecer sobre o funcionamento dos clubes de investimento!
Número de participantes
O tamanho de um clube de investimento tem limites mínimos e máximos. Ele deve ser composto por, no mínimo, 3 participantes e, no máximo, 50 pessoas. A participação percentual de cada um é igualmente limitada. Cada cotista pode deter, no máximo, 40% das cotas.
Portfólio
Já o portfólio deve ser composto, na maior parte, por ativos e valores mobiliários de participação. Entre os investimentos, estão:
Ações de empresas;
Debêntures conversíveis em ações;
Bônus de subscrição;
Recibos de subscrição;
Cotas de fundos de índice (ETFs) de ações;
Certificados de depósitos de ações.
Contudo, é vetada a alocação de recursos nos fundos de investimentos em ações (FIA). Por outro lado, o montante restante pode ser direcionado a títulos de renda fixa, opções e fundos de investimentos de curto prazo, por exemplo.
Como você viu, a distribuição dos recursos ocorre com base em uma estratégia. Ela precisa ser aprovada pelos cotistas. Então o nível de riscos assumido depende da tolerância geral do grupo.
Administração e gestão
Além das regras do estatuto social definido inicialmente, os clubes de investimento devem atender às regras da B3 — a bolsa de valores brasileira — e da CVM. Tal obrigação demanda que uma instituição financeira autorizada realize a administração.
Já a gestão pode ou não ser profissional. Ou seja, o clube pode optar pela contratação de um gestor autorizado pela CVM ou um ou mais cotistas podem realizar a tarefa. Nesse último caso, a gestão ocorre sem remuneração. E, independentemente do tipo de gestão, deve haver uma assembleia para a eleição.
Tributação
Em relação ao pagamento de impostos, os clubes de investimentos não pagam tributos em suas operações. A cobrança ocorre no resgate de cotas com ganho de capital. Nesse caso, os cotistas são tributados em 15% sobre o lucro auferido no momento do resgate.
Qual a diferença entre um clube de investimento e um fundo?
Como os clubes e os fundos de investimento são veículos financeiros coletivos, eles são comumente confundidos. No entanto, uma das diferenças entre eles é o número de participantes. Ao contrário dos clubes, os fundos não determinam um número máximo de cotistas — com exceção dos fundos exclusivos e restritos.
Além disso, os fundos podem adotar estratégias mais diversificadas em relação aos clubes. Existem, por exemplo, fundos internacionais, fundos imobiliários, multimercados, de índice, de ações, entre outros. Eles não precisam seguir as mesmas regras de aporte dos clubes de investimento.
Outra diferença é a gestão. Excluindo os fundos exclusivos e restritos — que permitem maior participação dos cotistas nas decisões de investimento —, os fundos de investimento tradicionais não oferecem espaço para a participação do investidor nas decisões sobre a estratégia adotada.
Já nos clubes de investimento, como você viu, a gestão pode ficar a cargo dos próprios cotistas. A participação do investidor, portanto, tende a ser mais ativa, caso ele assim deseje.
Ainda, os fundos podem ser divulgados amplamente para captar mais participantes. Já os clubes só podem ser apresentados pessoalmente, sem ampla promoção e com divulgação completa dos riscos envolvidos.
É melhor um clube de investimento ou uma carteira administrada?
Outra possibilidade para considerar, em contraponto aos clubes de investimento, é a carteira administrada. Esse é um serviço prestado diretamente a um investidor e consiste na gestão profissional do portfólio de investimentos.
Um dos principais diferenciais é que o clube é coletivo, enquanto a carteira administrada pode ser individual. Sendo assim, participar de um clube pode ser mais acessível e oferecer mais diversificação devido à reunião de recursos.
Por outro lado, uma carteira administrada oferece personalização. Você conta com uma estratégia planejada especificamente para o seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros.
Ao mesmo tempo, saiba que a carteira administrada é limitada a investidores qualificados. Essa classificação é destinada a investidores com, no mínimo, R$ 1 milhão aplicados em próprio nome ou com uma certificação profissional do mercado financeiro.
Já os clubes são acessíveis a todas as pessoas físicas — inclusive a quem não é investidor qualificado. Portanto, é preciso ponderar o que é mais adequado para os seus objetivos e para as suas características.
Como montar o seu clube de investimento?
Caso você tenha interesse em montar um clube de investimento, é necessário começar definindo quem serão os participantes do grupo — ao menos, nesse momento inicial.
Depois, você deve buscar uma corretora de valores, por meio da qual será possível elaborar o estatuto do clube. Nele, constarão as principais regras, como valores de investimento, períodos de resgate e demais definições.
Uma vez que o estatuto seja elaborado e cada participante defina o quanto investirá, os investimentos devem ser realizados com base na estratégia estabelecida. Como visto, é possível optar por uma gestão profissional ou interna para colocar a estratégia em prática.
Para facilitar esse processo, pode ser interessante contar com o suporte de uma assessoria de investimentos. Com a ajuda dos assessores, você entenderá melhor as características dos clubes de investimentos, saberá como eles funcionam e o que é preciso para montar o seu com praticidade.
Como você viu, os clubes de investimento são veículos de investimento com funcionamento coletivo. Ao criar um clube, você poderá diversificar ainda mais a carteira, acessar oportunidades e garantir maior facilidade para alocar seu capital.
Este artigo foi útil para você? Se quiser conhecer mais sobre essa modalidade e outras possibilidades do mercado, entre em contato conosco da Manchester Investimentos!