Por que os fundos de inflação estão caindo se o IPCA só aumenta?

Por que os fundos de inflação estão caindo se o IPCA só aumenta

Quem não gosta de correr muitos riscos no mercado financeiro tende a recorrer às aplicações de renda fixa. Afinal, elas são mais previsíveis e costumam ter maior segurança. Ao mesmo tempo, é comum a escolha de alternativas atreladas à inflação para manter o poder aquisitivo do capital investido.

No entanto, às vezes, mesmo quando a inflação está em alta, alguns fundos de inflação caem. Mas por que isso acontece? Essa é uma dúvida comum, então é importante se aprofundar sobre o tema para compreender a resposta.

Para saber mais, continue a leitura deste conteúdo. Nele, você aprenderá o que é a inflação, o que são os fundos de inflação e como funciona esse movimento de queda.

Acompanhe!

O que é inflação?

Um dos conceitos mais relevantes sobre a economia de um país é a inflação. Ela representa o aumento generalizado e contínuo de preços de bens e serviços. No Brasil, a taxa oficial utilizada é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Esse índice é medido periodicamente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Para tanto, é considerada a média de preços de produtos e serviços como:

Alimentação;

Habitação;

Educação;

Transporte;

Vestuário;

Saúde, etc.

A depender da metodologia utilizada, alguns serviços ou produtos podem exercer um peso maior na formação da taxa. Por conta disso, uma alta elevada de determinado produto que em um peso menor pode não afetar tanto o índice.

Logo, se a inflação medida no ano aponta um resultado de 10%, isso não significa que todos os produtos tiveram esse aumento. Ao contrário, um produto pode ter aumentado em 13% e outro em 7%, por exemplo.

Na prática, esse indicador é bastante útil para ter uma noção de como está a economia do país. Isso porque a inflação sofre impacto da atividade econômica e influencia o funcionamento da economia.

Em períodos de crescimento econômico, por exemplo, a produção e o consumo aumentam. A consequência disso é a elevação dos preços e aumento da inflação. Ademais, a inflação pode ocorrer pelo encarecimento dos custos de produção ou diminuição da oferta.

Para diminuí-la, o Governo pode elevar a taxa básica de juros (Selic). Assim o acesso ao crédito é prejudicado e o consumo reduzido, abaixando a pressão sobre os preços.

O que são os fundos de inflação e como funcionam?

Sabendo agora o que é a inflação, vale a pena explorar também o conceito de fundos de inflação e seu funcionamento. Eles consistem em veículos de investimento coletivos de renda fixa. Neles, o foco é investir em alternativas que possam acompanhar a inflação.

Diante disso, eles também são chamados de fundos IMA-B (Índice de Mercado ANBIMA) — índice que representa a inflação e o desempenho de títulos públicos ligados a ela.

Para participar dos resultados desse tipo de fundo de investimento, o investidor precisa adquirir cotas. Elas são oferecidas nas plataformas de investimento das corretoras de valores.

Já a administração do patrimônio do fundo é feita por um gestor com certificação profissional para atuar no mercado. Ele será responsável por escolher os títulos ligados à inflação que integrarão o portfólio do fundo. Os serviços prestados são remunerados por meio da cobrança de uma taxa de administração anual.

Qual a relação dos fundos de inflação e o movimento da inflação?

Entender a relação entre os conceitos apresentados é simples. Na verdade, os fundos de inflação estão relacionados ao movimento da inflação, pois são compostos, majoritariamente, por títulos que acompanham o IPCA.

É o caso do Tesouro IPCA+, por exemplo, negociado na plataforma do Tesouro Direto. Sua remuneração é composta por uma taxa pós-fixada (IPCA) somada a uma taxa prefixada. Ele também é chamado de Nota do Tesouro Nacional (NTN-B) e, geralmente, possui vencimento no longo prazo.

Assim, quando a inflação está em alta, a tendência é o aumento da rentabilidade dos títulos indexados a ela. Porém, nem sempre isso acontece, sendo possível que os preços dos títulos caiam quando há alta inflação.

Por que os fundos de inflação podem cair mesmo com a alta da inflação?

Como você viu, os fundos de inflação costumam ter em carteira os títulos NTN-B ou Tesouro IPCA+. Embora eles acompanhem a variação do IPCA, a indexação não é precisa, especialmente em razão do componente prefixado — sensível à variação dos juros.

Vale destacar que essa taxa prefixada somente é garantida se a aplicação for levada até o vencimento. Caso o investidor queira fazer o resgate antecipado, terá que aceitar o valor que o mercado estiver pagando por ele, devido à marcação a mercado.

Esse é o motivo para que os rendimentos dos NTN-Bs e dos fundos de inflação caiam enquanto a inflação oficial (IPCA) sobe. Afinal, como você viu, quando a inflação está em alta, o Governo tende a aumentar os juros. Por consequência, esses títulos são marcados para baixo e passam a valer menos.

Como se proteger desse movimento?

Depois de ver como os títulos híbridos atrelados à inflação podem desvalorizar, mesmo com a inflação em alta, é normal se perguntar como se proteger desse movimento. Uma das principais formas de fazer isso é por meio da diversificação da carteira.

Com essa estratégia, é possível equilibrar os riscos e o retorno do seu portfólio. Por exemplo, ter em carteira cotas de fundos de inflação e cotas de fundos de renda fixa atrelados à Selic poderia reduzir eventuais prejuízos.

O motivo está no fato de que, enquanto uma das cotas desvaloriza pelo aumento da inflação, a outra se valorizaria diante de um possível aumento dos juros (Selic). Outra forma de evitar um prejuízo nesse cenário é manter a cota do fundo visando o longo prazo.

Lembre-se de que, focando no longo prazo, o título híbrido que faz parte da carteira do fundo chegará ao seu vencimento e não sofrerá o efeito da marcação a mercado. Logo, ele pagará a rentabilidade proposta em sua emissão.

Agora você já sabe a razão dos fundos de inflação terem suas cotas desvalorizadas mesmo quando a inflação está em alta. Então, quando for montar sua carteira, lembre-se de fazer escolhas estratégicas diversificadas que possam trazer benefícios em diferentes cenários econômicos.

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