Os fundos cambiais podem atender às necessidades de diferentes perfis de investidores. O grande diferencial dessa modalidade é ser uma alternativa para investir em outras moedas, como o dólar. Assim, é possível ter diversificação internacional e se proteger contra a variação do câmbio.
Por exemplo, quem tem compromissos em moeda estrangeira pode utilizar esse veículo para proteção do patrimônio. Contudo, embora tenha semelhança com outros fundos de investimento, essa modalidade tem características próprias que devem ser avaliadas.
Quer conhecer as particularidades dos fundos cambiais e saber quando pode valer a pena optar por essa modalidade? Continue a leitura e entenda!
O que são os fundos cambiais?
Fundos cambiais são veículos de investimento que aportam seu patrimônio em ativos relacionados ao câmbio. Para tanto, o portfólio é montado por um gestor profissional que escolhe, majoritariamente, investimentos atrelados a moedas estrangeiras.
A legislação brasileira exige que cada fundo de investimento mantenha a maior parte das suas carteiras alocada de acordo com o seu tipo. Assim, os fundos cambiais podem incluir outros ativos em sua carteira, mas em menor porcentagem.
Em geral, é mais comum que os fundos cambiais tenham investimentos relacionados ao dólar e ao euro. Afinal, ambas as moedas são bastante fortes no cenário internacional. No entanto, eles podem investir em alternativas variadas, de acordo com a estratégia definida.
Como funcionam?
Em relação ao funcionamento, os fundos cambiais buscam obter retornos a partir da variação do câmbio. Isso pode ocorrer em forma de rendimentos obtidos com oscilações cambiais ou pela proteção contra a desvalorização do real em relação a outras moedas.
Além disso, para investir em fundos cambiais, é necessário adquirir cotas. Desse modo, os investidores passam a participar dos resultados obtidos pelo gestor, de maneira proporcional ao número de cotas que possuem.
O capital do fundo pode ser investido em ativos ou em derivativos atrelados às moedas estrangeiras, mas não faz aportes diretamente nelas. Ainda, como você viu, uma parcela dos recursos também pode estar alocada em outras alternativas de investimento.
Outro ponto importante é que os fundos cambiais podem ser de curto ou de longo prazo, dependendo do vencimento dos ativos que compõem o portfólio. Para obter informações sobre o prazo, é importante consultar a lâmina antes do investimento.
Quais são as principais características dos fundos cambiais?
Uma das características dos fundos cambiais é ser uma modalidade de fundo aberto. Ou seja, os investidores podem fazer os aportes e os resgates do dinheiro investido a qualquer momento. Para isso, é necessário respeitar os prazos estabelecidos na lâmina.
Com relação ao rendimento, não é possível garantir uma determinada rentabilidade para o fundo cambial. Afinal, ele faz parte da renda variável e o câmbio passa por diversas oscilações. No entanto, você pode analisar o desempenho histórico para avaliar o trabalho do gestor e os resultados obtidos.
Nesse caso, tenha em mente que essa análise não garante retornos futuros. Além disso, os fundos cambiais tendem a ser descorrelacionados com a bolsa brasileira. Quem acompanha o mercado financeiro consegue perceber que, em geral, quando o Ibovespa cai, o dólar tende a se valorizar.
Por isso, a alternativa costuma trazer proteção também contra as oscilações do mercado nacional. Outro ponto relevante ao conhecer os fundos cambiais trata dos custos envolvidos. Primeiro, há a taxa de administração, que funciona como a remuneração pela gestão do fundo.
A quantia é debitada independentemente se houver lucro ou prejuízo — com base no aporte realizado. Também pode haver cobrança de taxa de performance, caso previsto, se o gestor alcançar um resultado que supere o benchmark estabelecido.
Tributação
A tributação dessa alternativa exige atenção. O fundo cambial tem incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Mas ele é cobrado apenas em caso de resgate das cotas em menos de 30 dias do aporte.
Ademais, existe a cobrança do Imposto de Renda (IR), que segue uma tabela regressiva e pode ter duas regras distintas, conforme o prazo do fundo. Se o veículo for de curto prazo, a alíquota é de 22,5% para aportes de até 180 dias, e de 20% se ultrapassar esse prazo.
Porém, se ele for um fundo de longo prazo, existem duas faixas adicionais. Aqui, a porcentagem mínima é de 15%, aplicada nos investimentos com mais de 720 dias. Nesse tipo de fundo também há o come-cotas, que é uma antecipação semestral do IR.
Quais são as vantagens e desvantagens?
Depois de saber mais sobre os fundos cambiais, é importante conhecer as vantagens e desvantagens da modalidade. Um dos benefícios que essa alternativa oferece para os investidores é a gestão profissional. Isso traz maior praticidade, pois não será necessário escolher os ativos individualmente.
Também há a possibilidade de se proteger da variação cambial. Embora as oscilações sejam comuns, a variação de preços das moedas estrangeiras pode ser prejudicial em diversas situações. Por exemplo, quando você tem uma viagem internacional marcada ou tem negócios vinculados ao dólar.
Os fundos cambiais também podem ser vantajosos para quem deseja fazer hedge na carteira de investimento. Ou seja, criar uma proteção para seu portfólio. Outro ponto positivo é que, normalmente, a liquidez dos fundos cambiais é alta.
Isso permite que os investidores tenham acesso aos seus recursos pouco tempo após solicitar o resgate. Além disso, a característica gera oportunidade para quem deseja especular e busca obter lucros no curto prazo.
Por outro lado, a própria variação do câmbio pode ser considerada uma desvantagem, devido aos riscos envolvidos. Em caso de desvalorização da moeda estrangeira, o investidor pode perder dinheiro ao realizar o resgate — especialmente se o seu objetivo é a especulação.
Quando vale a pena investir em um fundo cambial?
Como você viu, pode ser interessante investir em fundos cambiais quando se busca proteção em relação às variações do câmbio. Outra possibilidade é quando a intenção é obter rendimentos com essas oscilações.
Também pode ser uma alternativa de investimento para diversificar seu portfólio ou compor uma carteira moderada ou arrojada. Contudo, antes de fazer aportes, é importante considerar o seu perfil de investidor e objetivos. Assim, é possível tomar decisões alinhadas às suas necessidades.
Quais outros investimentos permitem se expor ao câmbio?
Após conhecer o fundo cambial, é comum se perguntar se existem outras alternativas para exposição ao câmbio. Nesse sentido, o mercado financeiro oferece diversas alternativas que podem fazer parte da carteira do investidor, seja ele pessoa física ou jurídica.
Existem oportunidades de exposição cambial para diferentes objetivos — como investir, proteger a carteira ou especular. Entre as alternativas, estão:
- / fundos internacionais;
- / contratos futuros de dólar;
- / ETF (exchange traded funds);
- / BDR (brazilian depositary receipts);
- / entre outras.
Agora você conhece os fundos cambiais e pode analisar se vale a pena investir na modalidade. Para tanto, considere sempre o seu perfil, objetivos e as características do fundo. E, caso tenha dúvidas sobre essa ou outras alternativas do mercado, conte com nossa assessoria de investimentos para esclarecê-las!
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