Copom: o que é, para que serve e por que você precisa conhecer

O mercado de investimentos possui diversos agentes que organizam, controlam e fiscalizam seu funcionamento em diferentes esferas. Se você investe ou pretende investir e quer aumentar seu conhecimento sobre o assunto, precisa entender o que é o Copom (Comitê de Política Monetária).

As decisões do comitê estão diretamente ligadas à taxa básica de juros do Brasil — a Selic. Portanto, elas influenciam a economia do país e os investimentos. Consequentemente, o cotidiano de todos os brasileiros é afetado pelas definições do Copom em suas reuniões.

Neste artigo, você entenderá o que é e para que serve o Copom e como as mudanças na taxa Selic podem impactar a carteira e as decisões de investimento. Vamos lá?

O que é o Copom?

O Copom é um órgão do Banco Central que define a taxa básica de juros da economia — conhecida como taxa Selic. As reuniões são realizadas a cada 45 dias e, normalmente, ocorrem em dois dias seguidos. O objetivo dessa prática é ter mais tempo para embasar melhor as decisões.

Nelas, os membros do Copom assistem às apresentações do Banco Central e conhecem a evolução e as perspectivas da economia do Brasil e do mundo. Assuntos relacionados à liquidez e ao comportamento do mercado também são abordados.

Com essas informações, o comitê pode fundamentar suas decisões após se reunir para discutir as definições. Vale destacar que, além do cenário macroeconômico, os principais riscos associados às escolhas realizadas pelo comitê também são considerados durante a avaliação.

Para que serve o comitê?

Agora você sabe que o papel principal do Copom é definir a meta da taxa Selic no período. Assim, a deliberação sobre aumentar, reduzir ou manter a taxa é divulgada no mesmo dia do encontro. Para isso, ocorre um comunicado divulgado pela internet. A ata da reunião também fica disponível para todos que desejam consultá-la.

Além disso, o Copom atua visando garantir que a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) corresponderá à meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Assim, o comitê também deve analisar o Relatório de Inflação, divulgado pelo Banco Central a cada três meses. O documento ajuda a compreender a variação recente e as perspectivas da economia, com base na expectativa para a inflação, para ajudar a fundamentar as decisões sobre a Selic.

Por que é importante conhecer o papel do Copom?

Uma vez que o Copom tem relação direta com o processo de definição de políticas monetárias, o órgão tem um papel fundamental na economia do país. As decisões dos membros do comitê influenciam, portanto, em questões relacionadas ao controle da oferta de moeda e à concessão de crédito.

Dessa forma, a definição do comitê pode impactar:

O valor da moeda nacional;

O poder de compra dos brasileiros;

O preço dos produtos e serviços.

Além disso, por ser o responsável por definir e divulgar a taxa Selic, o Copom também se torna bastante relevante para o mercado financeiro. Como a taxa básica de juros está direta ou indiretamente ligada à rentabilidade de muitos títulos de renda fixa, por exemplo, as suas variações interferem nos investimentos.

Como as decisões do Copom podem impactar a carteira de investimentos?

Como você aprendeu, as decisões do Copom acerca da taxa Selic não afetam apenas o consumo e outras variáveis econômicas. Os investimentos também são impactados pelas movimentações da taxa, com efeito mais direto nas aplicações cujos rendimentos estão atrelados a ela.

Contudo, existem diversas alternativas de investimento que sofrem essa influência. Portanto, compreender o cenário macroeconômico e os efeitos da taxa ajuda a tomar decisões mais alinhadas ao seu perfil e objetivos no momento de investir.

Entenda melhor como isso acontece em cada classe de investimentos:

Selic e renda fixa

Os títulos públicos e privados de renda fixa são afetados pelas movimentações da Selic ao longo do tempo. Mesmo que o indexador da rentabilidade de cada um deles não seja diretamente a taxa básica de juros, existem outros índices que se relacionam com ela — como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

O CDI é uma taxa praticada nos empréstimos realizados entre instituições financeiras.  Na prática, o índice fica pouco abaixo da Selic, acompanhando seus movimentos. Com isso, se o Copom aumenta a taxa básica de juros, quem investe em produtos atrelados ao CDI também percebe um incremento na rentabilidade.

Nesse caso, a tendência é a renda fixa se tornar mais atraente para os investidores. Por outro lado, se houver redução na Selic, é possível perceber um movimento contrário. Assim, taxas menores tendem a promover uma migração para a renda variável — desde que o investidor tenha tolerância aos riscos existentes nessa classe.

Ademais, as mudanças na Selic também influenciam os títulos prefixados, pois pode haver alterações nas ofertas desses produtos no mercado. O percentual das taxas ofertadas pode ficar maior ou menor, a depender do cenário econômico estabelecido pela Selic — visando manter as aplicações atrativas ao investidor.

Por fim, como a taxa básica de juros se relaciona com a inflação, aplicações atreladas ao IPCA também são impactadas pelas decisões tomadas pelo Comitê de Política Monetária.

Selic e renda variável

Para entender a tendência de migração dos investidores para a renda variável, é preciso saber como a Selic incentiva o setor empresarial. Quando o Comitê de Política Monetária reduz a taxa, por exemplo, ele facilita a tomada de crédito pelos consumidores.

Se o consumo da população aumenta, as empresas têm mais facilidade para desenvolver seus negócios. Logo, o lucro das companhias tende a ser maior e, consequentemente, as ações negociadas na bolsa de valores podem ficar mais atrativas para os investidores.

Nesse contexto, é possível obter rendimentos maiores. Entretanto, é preciso ter em mente a relação entre retorno e risco. Na renda variável, as oportunidades de obter lucros maiores são acompanhadas de riscos mais elevados.

Outro ponto interessante para as empresas que possuem dívidas é a possibilidade de se beneficiarem com a redução da Selic. Isso faz com que os juros que elas pagam sejam reduzidos, facilitando a quitação do débito e beneficiando a gestão financeira.

Essa redução nas dívidas pode representar mais oportunidades de distribuição de dividendos para os investidores. Mas, independentemente do cenário, lembre-se de que a diversificação da carteira é fundamental. Essa estratégia permite compor um portfólio sólido para os diferentes cenários da economia.

Agora que você sabe o que é Copom, fica mais fácil entender como funcionam as variações da taxa Selic — e a relação desse movimento com os investimentos. E, com esse conhecimento, se torna mais fácil fazer escolhas acertadas para os seus aportes.

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