Dólar em queda: o que fazer com os investimentos diante desse movimento?

Dólar em queda - o que fazer com os investimentos diante desse movimento

Após passar por um período de elevação, o dólar vem apresentando uma trajetória de queda desde o início de 2022. Com isso, muitos investidores se interessam em aproveitar as possíveis oportunidades que esse contexto pode trazer para a sua estratégia.

Afinal, se expor a moedas fortes pode ser uma forma de se proteger diante de situações adversas do mercado. Mas em um movimento de queda, o que fazer com os investimentos? Entender como esse cenário afeta o mercado financeiro ajuda a tomar decisões mais acertadas para o seu portfólio.

Neste artigo, você entenderá o que fazer com os seus investimentos diante da queda do dólar. Continue a leitura e saiba mais!

Como o dólar se comportou nos últimos meses?

Após ultrapassar a cotação de R$ 5,70 em 2021, o dólar passou a apresentar uma trajetória de queda no início de 2022. Por isso, o cenário para a moeda norte-americana no primeiro semestre de 2022 é bastante diferente do ano passado.

Existem algumas razões para o recuo do dólar frente ao real. Uma delas é a pressão que a guerra entre Rússia e Ucrânia exerce no preço das commodities, que está em alta devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda.

Por ser um dos principais produtores e exportadores de commodities do mundo, o Brasil se beneficia desse contexto. Além disso, o ciclo de alta da taxa Selic é outro motivo para a volatilidade no câmbio.

O movimento é resultante da estratégia da política monetária do Banco Central para tentar conter o avanço da inflação. Logo, países com taxas de juros mais altas — como o Brasil — atraem investidores estrangeiros, elevando a oferta de dólar no mercado interno.

Dessa forma, se a taxa básica de juros da economia brasileira sobe, o país tende a ficar mais atrativo para os investidores investirem seus capitais em busca de rentabilidade maior. Com a entrada de dólar no Brasil, consequentemente, a expectativa é que o real ganhe força.

Como o dólar impacta os investimentos?

Depois de conhecer os principais motivos para a queda do dólar, é importante compreender como a moeda impacta os investimentos. Afinal, trata-se de uma das moedas mais fortes do mundo, atrelada ao mercado dos Estados Unidos — a maior economia global.

Por esse motivo, acompanhar o preço do dólar e seus impactos no mercado é fundamental para quem deseja ter sucesso nos investimentos. A cotação da moeda influencia diversos setores da economia nacional e costuma apresentar correlação negativa com a bolsa de valores brasileira (B3).

Em geral, quando a bolsa está em baixa, é esperado que o dólar suba. Já o contrário tende a ocorrer em períodos de alta do mercado acionário. Logo, os investidores devem estar atentos a esses cenários — que podem trazer oportunidades de investimento.

Ademais, os seus aportes na renda variável podem sofrer influência dessa variação de preços. Portanto, entender o que move a cotação do dólar pode ajudar a antecipar os movimentos do mercado e proteger o seu capital, por exemplo.

O que fazer com os investimentos diante da queda do dólar?

Como você viu, o dólar em queda afeta os investimentos e o assunto pode gerar muitas dúvidas entre os investidores. Para saber se é hora de investir em ativos dolarizados, por exemplo, é preciso entender que a economia é feita de ciclos de alta e de baixa.

Assim, você deve ter uma estratégia definida para não mudar todo o planejamento a cada ciclo. Tomar decisões imediatistas e pautadas exclusivamente em notícias, por exemplo, pode prejudicar os seus investimentos.

Logo, fazer alterações bruscas no seu plano para aproveitar um momento do mercado pode não ser interessante. Por isso, foque no seu perfil e objetivos e, se possível, tenha um percentual pequeno da carteira destinado às oportunidades de curto prazo.

Nesse sentido, o dólar em queda pode representar uma oportunidade para fazer determinadas mudanças em seus aportes que já estavam previstas, mas no aguardo do melhor momento para serem efetivadas.

Ao investir com planejamento, portanto, é possível utilizar as mudanças do mercado a seu favor, de maneira estratégica. Assim, você pode aproveitar a queda do dólar para fazer adequações na carteira que ajudem a alcançar seus objetivos financeiros.

Além disso, ter uma parcela da sua carteira de investimentos atrelada ao dólar pode ser uma forma de diversificar e proteger seu portfólio. Então, se fizer sentido para você expor parte do patrimônio à moeda norte-americana — seja para diversificação ou estratégia de hedge específica —, vale conhecer as alternativas disponíveis no mercado.

Confira algumas possibilidades de investimentos para se expor à moeda norte-americana:

Fundos cambiais

Os fundos cambiais são veículos de investimento coletivo nos quais o patrimônio dos cotistas é investido em alternativas relacionadas às moedas estrangeiras. Para isso, os recursos do fundo são administrados por um gestor.

O profissional utiliza seus conhecimentos e experiência para alcançar os melhores resultados, respeitando a estratégia do fundo. É possível encontrar fundos cambiais de dólar, mas vale destacar que eles não compram ou vendem diretamente a moeda norte-americana.

Isso porque o foco dos fundos cambiais é investir em ativos, derivativos e produtos com exposição direta ou indireta à moeda estrangeira. As cotas desse tipo de fundo podem ser adquiridas na plataforma da sua corretora de valores.

ETFs

Os ETFs (exchange traded funds) também são fundos de investimento, mas com cotas negociadas em bolsa de valores. Eles são conhecidos como fundos de índice e têm o objetivo de espelhar um indicador de referência (benchmark) do mercado.

Por meio dos ETFs, é possível ter acesso a uma carteira diversificada, com investimentos nacionais e estrangeiros. Na prática, a exposição ao câmbio ocorre em fundos que acompanham índices internacionais — como o S&P500.

Ao adquirir cotas de um ETF que espelha esse índice, por exemplo, você se expõe às 500 empresas mais negociadas nos Estados Unidos.

BDRs

Investir em BDRs (brazilian depositary receipts) também é uma forma indireta de ter exposição cambial na carteira. Trata-se de certificados lastreados em ativos estrangeiros, como ações, cotas de ETFs, títulos de renda fixa etc.

Embora sejam negociados na B3 e em reais, seus ganhos também podem estar atrelados ao dólar. Isso porque a cotação do BDR é influenciada pelo preço do ativo estrangeiro e pela variação do câmbio.

Agora você sabe que o dólar em queda pode representar oportunidades de investimento, mas a alocação deve estar alinhada com seu planejamento. Por isso, foque na sua estratégia e tome decisões baseadas no seu perfil e objetivos, independentemente do cenário econômico.

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