Quando a Selic está em alta, os investimentos de renda fixa se tornam mais atrativos. Logo, a tendência é que os investidores passem a ter maior o interesse por essa classe. Afinal, existem diversas alternativas cuja rentabilidade é atrelada a esse indicador.
Antes de compor sua carteira, no entanto, é importante conhecer a dinâmica do mercado e as características dos títulos de renda fixa. Isso ajuda a tomar decisões mais alinhadas ao seu perfil e objetivos.
Pensando nisso, com este artigo você conhecerá 4 investimentos de renda fixa que podem compor sua carteira em momentos de Selic em alta. Vamos lá?
O que é a taxa Selic?
Primeiro, vale entender que a Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Nesse ambiente, o Banco Central e outras instituições financeiras negociam títulos públicos. As operações diárias registradas possuem uma média de juros, conhecida como taxa Selic.
Essa é a taxa básica de juros da economia, que orienta e define outros índices do sistema financeiro nacional. Por meio do Boletim Focus, por exemplo, é possível acompanhar as expectativas do mercado sobre a taxa Selic e outros indicadores do mercado.
Vale saber que o Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), é o responsável pela taxa Selic. O comitê se reúne a cada 45 dias para decidir se o índice será elevado, mantido ou reduzido. Para isso, são considerados fatores macroeconômicos nacionais e internacionais.
Por que a Selic aumentou?
Em agosto de 2020, a taxa Selic atingiu sua mínima histórica, chegando a 2% ao ano. Porém, a partir de 2021, a taxa voltou a subir. Para entender por que isso ocorreu, é preciso entender que o índice é um dos indicadores mais importantes da economia brasileira.
Um de seus principais objetivos é controlar a inflação, estimulando ou freando a circulação de dinheiro no país. Assim, o aumento da inflação foi o principal motivo para o Copom elevar a Selic. Afinal, com os juros mais altos, a tendência é que o consumo diminua.
Com as pessoas comprando menos, uma alternativa para despertar o interesse dos consumidores é reduzir os preços. Assim, aumentar a Selic é uma estratégia usada para tentar frear a inflação.
Como a taxa Selic afeta os investimentos de renda fixa?
Além de estar relacionada com o desempenho da economia, a taxa Selic tem impacto nos investimentos. Na renda fixa, as aplicações financeiras tornam-se mais rentáveis e atrativas com o aumento dos juros. O Tesouro Selic, que tem rentabilidade ligada à taxa, é um dos principais títulos impactados pela alta.
Vale entender, ainda, a relação da taxa Selic com o CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Esse índice representa a taxa praticada nos empréstimos realizados entre as instituições financeiras. Além disso, o CDI acompanha o movimento da Selic e fica um pouco abaixo dessa taxa.
Como o CDI é um dos indicadores mais utilizados em investimentos pós-fixados, as movimentações da Selic também afetam a rentabilidade de diversos títulos privados.
Quais são 4 dos investimentos que se beneficiam da Selic em alta?
Percebeu como a alta da Selic influencia nos investimentos? Se você tem interesse em compor uma carteira com títulos de renda fixa para aproveitar esse movimento, confira 4 entre as principais alternativas disponíveis no mercado:
1. Tesouro Selic
O Tesouro Selic apresenta uma rentabilidade equivalente a 100% da taxa Selic. Portanto, é um dos títulos mais beneficiados pelo aumento dos juros. Uma das principais características dessa aplicação é a alta liquidez.
Na prática, todos os títulos públicos contam com essa característica, mas as demais aplicações apresentam o risco de perda em casos de resgate antecipado. O motivo é a marcação a mercado, que pode fazer com que os preços variem ao longo do tempo.
No Tesouro Selic, há uma exposição menor a essas variações. Por esse motivo, ele é comumente utilizado por investidores que desejam alocar a reserva de emergência ou tem outros objetivos de curto prazo, por exemplo.
É possível, ainda, acessar o Tesouro Selic via fundos de investimentos de renda fixa cujo objetivo é alocar capital nesses títulos do Governo.
2. Tesouro IPCA
Como você viu, a Selic subiu em 2021 porque a inflação aumentou. Nesse sentido, o Tesouro IPCA é uma alternativa híbrida que pode ajudar a proteger seu patrimônio da perda do poder de compra.
A rentabilidade desse título combina uma taxa prefixada com uma parte pós-fixada, atrelada ao índice de inflação IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Por esse motivo, o rendimento estará sempre acima da taxa inflacionária.
Já os ganhos reais, portanto, estarão atrelados à taxa prefixada oferecida. A plataforma do Tesouro Direto, onde os títulos públicos são negociados, oferece diferentes títulos do Tesouro IPCA. Desse modo, é possível escolher entre alternativas com prazos e taxas diversas.
Ademais, os títulos podem pagar os rendimentos apenas no vencimento ou no resgate antecipado — embora, no segundo caso, exista o risco de perdas pela marcação a mercado. Outra possibilidade são os cupons de juros semestrais, que pagam a rentabilidade na sua conta da corretora a cada seis meses.
3. Fundos indexados à inflação
Quem busca um desempenho atrelado à inflação pode se interessar pelos fundos indexados à taxa inflacionária. Para investir na modalidade, os investidores devem adquirir cotas para participar dos resultados.
Já os recursos adquiridos são gerenciados por um gestor profissional. Nesse caso, ele prioriza investimentos de renda fixa atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA, para compor o portfólio do fundo.
Por esse motivo, é comum que esses fundos tenham índices de referência específicos, como o IMA-B (Índice de Mercado ANBIMA). Já o rendimento dessa alternativa depende da variação da inflação ao longo do tempo, mas tende a acompanhá-la.
4. CDBs pós-fixados
O certificado de depósito bancário (CDB) é uma alternativa que pertence à renda fixa privada. Ele é oferecido por instituições bancárias, que emitem os títulos para captar crédito com a finalidade de realizar suas operações do dia a dia.
Portanto, o investimento em um CDB funciona como um empréstimo para uma instituição financeira. Em troca, ela paga uma taxa de juros aos investidores. Quem quer aproveitar a Selic em alta pode optar por CDBs com rentabilidade pós-fixada.
Nesse caso, é comum que a remuneração acompanhe um percentual da variação do CDI que, como você aprendeu, tem valor bem próximo ao da taxa Selic.
Vale ressaltar que, além dos títulos pós fixados e híbridos, existem os prefixados. Eles pagam um percentual fixo — garantido na data de vencimento.
Entretanto, as aplicações prefixadas tendem a ter um retorno mais atrativo quando a perspectiva é de queda na taxa básica de juros. Assim, elas podem ser interessantes quando a Selic está elevada, mas com projeções de recuo em breve.
Agora você sabe que o investimento em renda fixa pode ser mais atrativo quando a Selic está em alta. Então, além de conhecer essas 4 alternativas, vale a pena pesquisar mais possibilidades que o mercado oferece, sempre considerando o seu perfil e os seus objetivos antes de investir.
Ficou com alguma dúvida ou não sabe como escolher os investimentos mais adequados para a sua carteira? Entre em contato conosco e converse com um de nossos assessores!